Sócrates em conversa com Critóbulo:
“Os
homens têm naturalmente o sentimento da amizade. Necessitam uns dos outros,
rendem-se à piedade, socorrem-se mutuamente, compreendem-se e se mostram
gratos. Mas possuem também o sentimento de inimizade. Quando suas idéias sobre os
bens e os prazeres são as mesmas, lutam por alcança-los. Quando divididos pelas
opiniões, combatem-se uns aos outros: a guerra nasce da disputa e da cólera; a
malevolência, dos desejos ambiciosos; o ódio, da inveja. Mas a amizade vence
todos os obstáculos para unir os corações virtuosos: é que, graças à virtude,
preferem os homens possuir em paz haveres moderados a tudo dominar pela guerra.
Com fome ou sede, cordialmente dividem os alimentos e a bebida. Cobiçosos de um
belo objeto, sabem resistir a si próprios para não afligir aqueles que devem
respeitar. Não tomam das riquezas senão sua parte legítima. Sabem resolver suas
divergências não somente sem prejudicar-se, mas ainda com mútua vantagem, e
impedir a cólera de ir até o rompimento.”
Uns
comemoram, eu lamento! Lamento a falta de piedade de uns, e a falta de
sabedoria de outros, o que leva à guerra, à morte, ao nada! Se a única saída é
matar, matemos, então? Se matamos, comemoramos? A crueldade de uns, justifica
mesmo a crueldade dos outros?
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